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sábado, 17 de julho de 2010

Música

“Música, estou tão apaixonada pela minha música. Pelo jeito que ela me faz agir!” – Music (Joss Stone feat. Lauryn Hill)
Bem, faz um bom tempo que venho pensando em escrever sobre isso, mas hoje quando acordei o desejo foi ainda mais forte, duas coisas principalmente me motivaram.
1º - Estava eu no Twitter, quando fico sabendo que o Strike foi indicado a melhor banda de Rock do ano;
2º - Liguei a TV hoje cedo e no Hoje Em Dia de sábado estava o Biquíni Cavadão, tocando ao vivo e falando da história da banda.
Daí, eu comecei a pensar no que escrever e tudo o mais, tava meio perdida, quando do nada, depois do almoço, eu ligo a bendita TV na MTV Brasil e tava passando um Show do Nirvana, nossa, quase tive uma síncope nervosa.
Pra quem não me conhece, e pra quem conhece também, eu sou fã do Nirvana desde criança, a banda acabou quando eu mal tinha 7 anos de idade, mas sou do RJ, cresci ouvindo a saudosa Radio Cidade, uma rádio que só tocava o melhor do Rock.
Eu nasci em Dezembro de 1985, ano no qual acabou a ditadura militar e no qual a maior parte das bandas de Rock nacional (as boas, pelo menos) surgiram. Desse período de final de ditadura temos: Barão Vermelho, Legião Urbana, Capital Inicial (Pra quem não sabe, o vocalista do Capital e o Baterista do Legião, se não me engano era baterista, são meio irmãos. As duas bandas surgiram após a tentativa frustrada de juntas fazerem algo, o nome inicial da banda era Aborto Elétrico e dele saíram os integrantes do Capital Inicial e do Legião Urbana. Mas Wikipédia a parte, vamos voltar pro ponto centrar!), Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Titãs, Nenhum de nós, Biquíni Cavadão, Engenheiros do Hawaii (Lê-se como em inglês, com o W com som de U. E não com som de V, como em português.), entre outras. Os anos 80’s foram os anos de ouro do rock nacional, uma época em que até éramos inspirados pelo que vinha de fora, mas não éramos meras cópias deles. Daí você pergunta, como você sabe de tudo isso se tinha acabado de nascer? A única coisa que posso dizer é que sinto que nasci no tempo errado, que eu deveria ter nascido nos anos 70’s, eu teria sido muito mais feliz. Se eu tivesse nascido em 75, estaria com apenas 10 anos quando essas bandas surgiram, mas teria crescido dentro do ambiente maravilhoso que elas criaram. E em 92 eu estaria por volta dos meus 17/18 anos, teria me enfiado no meio dos caras-pintadas, teria posto o Collor pra fora do governo. Sim, eu sei que já era nascida e já entendia tudo, mas ainda não podia fazer nada em relação a isso. Viver esses momentos de música e política me fizeram em partes a pessoa que eu sou hoje. Sou o tipo de pessoa que tem resposta ou argumento pra tudo, que não aceita simplesmente o que dizem, que debate, sou uma pessoa extremamente politizada. Quem me conhece sabe bem que não minto. Sou aquele tipo de pessoa de “conteúdo” que gosta de conversar, que transita das conversas mais úteis às mais fúteis. Que lê livros com estudos científicos, mas que lê Harry Potter, que lê Dan Brown, lê Tolkien, lê até autores russos. O que isso tudo tem haver com música? Muita coisa, baby! Toda a minha personalidade foi forjada pela música que ouvi na minha infância e adolescência, pelo modo como me encaixei na cultura. Claro que como todo adolescente eu vive os sonhos POP do momento, eu segui modinhas e tendências, mas não porque eram modinhas e tendências, mas porque eu realmente gostava. Não censuro quem goste de Justin Bieber ou Restart porque curte o som deles. Vou criticar aquele que fala que curte, mas que semana que vem não curte mais, aquele que curte colírios da capricho porque os caras são bonitinhos, que talento aquele moleque tem, meu Deus? Critico todo pseudo emo que diz sofrer demais, que o mundo não o deixa de perturbar, porém nem sabe o que é dor de verdade, fome de verdade ou qualquer tipo de mazela do mundo real. Critico pessoas que vivem em um mundinho de fantasias, que não têm a mínima noção de realidade, não têm o mínimo censo de ridículo.
Admito que seja meio radicalista quanto a isso tudo, acho meio inconcebível alguém dizer que aquela coisinha colorida do Cine, do Restart é música de qualidade, eles podem ganhar quantos prêmios Multishow e MTV forem, não respeito porque é votado pelo público. Até o NX Zero ganhou um pouquinho meu respeito quando ganhou um Grammy. Continuo não gostando da banda, a voz do vocalista me irrita, mas algumas letras são interessantes o suficiente pra fazerem críticos renomados da música latina darem um prêmio tão importante para eles. Mas não supervalorizemos esse prêmio, afinal a Xuxa e o Roupa Nova também ganharam. Há um nicho no Grammy exclusivo pro Brasil, então não deve ser lá grandes coisas.
Um país de bandas de rock tão excelentes nos anos 90 se tornou o país das bandinhas coloridas. Um país que no início do século XX teve gravado em sua história nomes como Tom Jobim, Elis Regina, Vinícius de Morais, Noel Rosa, Luís Gonzaga, Gonzaguinha se tornou um país das músicas iguais, das caras iguais. Isso só reflete a falta de personalidade que vive a nossa juventude.
Morro de rir cada vez que vejo o comercial dos prêmios Multishow com o Sergey, aquele no qual ele vê os indicados à melhor banda. Passam quase todas essas bandinhas coloridas do momento e no final ele pergunta: “Tem coisa repetia aí, não?”. O repórter diz que não. Eu digo que sim. Dá tudo no mesmo tudo a mesma coisa, as mesmas letras insossas. Tá tudo muito igual.
Agora vem aquela garotinha histeria, fã do Restart dizer: “Isso é uma puta falta de sacanagem, tá? Nem sei quem é esse velho! Ah fala sério... O que ele entende de música?”. Minha única resposta é: “Ele entende muito mais que você, garotinha ignorante, que não sabe nada da vida, que acha que vai ser muito diferente da sua mãe quando tiver uma filha. Novidade? Não vai. O mundo é assim, para de se sentir inconformada com a situação do país, que você por sinal nem sabe qual é, levanta e age!”. Mas agir já exige muito, exige raciocínio, exige inteligência, exige energia. Tudo que essa geração preguiçosa de hoje não tem. Seus pais estragaram você, boa foi a geração dos meus avós. Seus pais fizeram de tudo, trabalharam até não poder mais pra dar tudo o que você precisa e no final das contas você acha que estudar é muito difícil, que nada na sua vida dá certo, que sua vida se resume às redes sociais da internet. Na verdade, ao pensar que estavam lhes fazendo um bem, seus pais faziam um mal. A atual geração é preguiçosa e acomodada, não entende nada do mundo e nem de política.
O que isso tem haver com música? Tudo, se houvesse uma única banda na geração atual que fosse capaz de dizer o que o Legião dizia, de cantar o que o Cazuza e seu Barão Vermelho cantavam, os jovens talvez começassem a ver que o mundo não é cor de rosa, que há muito mais coisas por aí do que o quartinho de um adolescente, que o mundo tá atolado em problemas, sejam eles políticos, econômicos ou ambientais e tudo que os jovens de hoje sabem é chorar e dizer que suas vidas são uma M**** porque eles querem algo que não podem ter.
Vou parar de bater na mesma tecla, apenas digo uma coisa! Vou criar meus filhos com a exemplar criação que tive dos meus pais, vou deixar meu filho ter o próprio gosto musical, mas vou mostrar pra ele as maravilhosas bandas dos anos 80’s e 70’s. Vou ouvir desde Led Zeppling, Pink Floyd, Deep Purple, Metallica, Iron Maiden, Nirvana (tinha que ter, senão não era eu xD) à Legião Urbana, Barão Vermelho, Cazuza, Titãs e afins... Fazê-loele pensar, ver que o mundo não gira em torno do umbigo dele, vou tentar politizar meu filho. Se no final ele virar mais um adolescente alienado, não vai ser porque eu não tentei!
Só um último conselho: Tentem crescer, tentem aprender, tentem olhar além do seu umbigo. Leiam, e não só o Twitter, se atualizem e curtam boas músicas, pergunta pros seus pais, eles vão ter algo interessante a lhes dizer.
Minha paixão e dedicação pela música só merece esse vídeo:


Queria eu ter talento como ela e poder cantar tão docemente e com tanta verdade!

13 comentários:

Laís Cristina disse...

Um texto INCRÍVEEL... e concordo super com o ultimo paragrafo " Só um último conselho: Tentem crescer, tentem aprender, tentem olhar além do seu umbigo. Leiam, e não só o Twitter, se atualizem e curtam boas músicas, pergunta pros seus pais, eles vão ter algo interessante a lhes dizer." Você consegue falar com todos nós atravez de textos e eu admiro muito isso em você. Minha inspiração para TODOS os meus textos é a LiaKhey e sem duvidas você também faz parte da minha inspiração, sei que ainda tenho muito o que aprender e nada melhor do que aprender com alguém que já sabe bem mais do que eu !!! Parabéns pelo texto e pelo blog, está lindo s2

Paulo Dionísio disse...

Meu amor. Tu escreve muito bem. E viva ao velho rock, tava vendo ontem também os show do Nirvana. Demais! Mas sinto que queria ter nascido em 45. Ver o começo de Elvis, Beatles e Rolling Stones. Será que eu iria gostar de Nirvana, quem sabe.
Amor por isso pego em seu pé para escrever.
Tu escreve demais.

Good Girl Goes Bad disse...

Obrigada pelo comentário, Laís. Eu não sou exemplo pra ninguém, mas não tenho mais aqueles 14 anos onde era legal e bom errar. Tenho 10 anos mais que isso. Tá na hora de começarem os acertos!

Unknown disse...

Teu blog me foi indicado pelo Paulo Dionísio e, confesso que o adorei.

Achei de extrema importância esse teu post, mostrando para os jovens coloridos de hoje o que é bom.

Parabéns!

gambitrol disse...

Nosssa Amei ;)

Good Girl Goes Bad disse...

Paulo, Gambitrol e Tassyane. Obrigada pelos comentários. Fico muito feliz de estar agradando! De verdade!

Anônimo disse...

Beeem legal aqui...

wolly ;*

Unknown disse...

Não te chamo de Sensei sem razão...
E depois tudo que esta escrito aqui está certo, mas mesmo assim alguém vai ler e vai achar uma puta falta de sacanagem...
Você continua sendo a pessoa maravilhosa que sempre foi e digo mais, se metade dos adolescentes pensasse assim, o nosso país não seria assim, mas tudo bem.
Muito bom aqui, volto mais vezes com certeza ^.^
Beijos

A.C.S disse...

Adorei o post amor bem interessante me faz refletir e ve as porcarias que venho escultando, ja tomei moh blonquinha tua de ter chamado Nirvana de BANDINHA por não conhecer e pah por não fazer parte da minha infancia nem nada mesmo, ain admiro essa sua capacidade de escrever e seu gosto de escrever e todos os post que li aqui foi mais do que interessantes *-* e cada vez conheço mais da Daiana Seixas >< kisses amor :* adorei quando atualizar novamente me avisa viu... me mantenha sempre informada. Amo :*

Vanusa Rocha - Blog Bonequinha de Luxo disse...

Oi linda, obrigada pelo seu carinho no blog, amei, vc é muito sensível.Olha, estou encantada com seu post, tão novinha e curti este tipo de música, eu amo Nirvana, rock nacional anos 80, rock intenacional anos 70,80,90,Led Zeppling, Pink Floyd, Deep Purple, Metallica, Iron Maiden, Bruce Dickinson,Scorpions, Queen, e porque não Pearl Jam.Conheci este tal de Restart outro dia, senão fico por fora da moda adolescente hahahaha, mas qta diferença hein?Adorei sua visita menina culta, bjs, Va.

@Eterna_LiaKhey disse...

O melhor texto que eu já li sem duvidas, minha perfeição não chega nem aos pés da sua... Lindo texto, lindas palavras..s2

@fc_linked disse...

Falou e disse! adoramos o post!beijos

Vanusa Rocha - Blog Bonequinha de Luxo disse...

Flor, vc chega lá rapidinho, continue assim, bjs, Va.